O SINTEP/MT – Sindicato dos
Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grossorealizou reunião ampliada
da Direção do SINTEP/MT, no dia 14 de junho de 2016, com a seguinte finalidade:
PAUTA:
Informes;
1. Avaliação da Greve
Geral e na Educação;
2. Apresentação e
análise de dados sobre a realidade econômica de MT, composição do quadro
educação e impactos com a despesa com a folha de pagamento;
3. Encaminhamentos e
Calendário de mobilização.
Os profissionais da
educação presentes, representando os municípios aprovaram os encaminhamentos
necessários para a luta na Greve Unificada dos Servidores Públicos de Mato
Grosso:
1. Fortalecer a greve e
a mobilização na capital e no interior, com a realização de atos e de atividades
que envolvam a categoria no movimento da greve;
2. Fortalecer O
ACAMPAMENTO UNIFICADO, na Capital, com representação, por município;
3. Cobrar do Governo a
realização da audiência solicitada (Of. 286/SGER/2016/SINTEP-MT de 08/06/2016)
para tratar da pauta da Greve que é específica da educação;
4. Publicar nota sobre o
direito de greve;
5. Convocar conselho e
assembleia geral, na ocorrência de proposta do Governo.
As resoluções aprovadas tomaram
como referência a apresentação do companheiro Júlio César e a leitura dos dados
sobre a evolução da economia do Estado, os recursos disponíveis e investidos na
educação e os impactos que possa ter a despesa com a folha pagamento. Foram
avaliados o estado de mobilização e o envolvimento dos serviços públicos de MT
(Cuiabá e no interior), na primeira quinzena da greve unificada, a partir do
quadro greve nos municípios e por escola e, por último, avaliado o processo de
negociação e as propostas do governo, principalmente em relação as pautas
específicas da educação e se conduziu orientado nas seguintes ponderações
apresentadas pela Direção e complementadas pelos presentes.
1. AVALIAÇÃO DA GREVE NA EDUCAÇÃO E NOS
DEMAIS SERVIÇOS PÚBLICOS DE MATO GROSSO
A Greve na Educação, iniciada no dia 31 de maio, mobiliza os
Profissionais da Rede Pública Estadual e traz um diferencial para o Estado Mato
Grosso: A GREVE É GERAL: Unifica todos os servidores públicos do Estado.
Pela primeira vez, na história de Mato Grosso, os servidores públicos
deflagraram uma Greve Geral Unificada no Estado. A omissão do Governo do
Estado, em garantir a pauta de valorização dos servidores e dos serviços
públicos, unifica a luta das categorias, levando milhares
de trabalhadores às ruas para protestarem contra o arrocho salarial e contra
privatização dos serviços públicos.
As atitudes do Governador Pedro Taques causa indignação aos servidores e
mantém acesa a luta das categorias, em greve. Estamos diante de um governo que
se identificou, durante a campanha, como servidor público, prometendo à
população um “Estado de Transformação” e que respeitaria os direitos
conquistados pelos servidores do Estado e honraria todos os acordos celebrados
nos governos anteriores. Hoje, na contramão, hoje nega tudo que prometeu.
A greve geral no Estado unifica Fórum Sindical que reúne 32
sindicatos e associações e cobra do Governador o pagamento da Revisão
Geral Anual (RGA), referente à 2015, para todos os servidores.
Na educação, a pauta é ampliada pela exigência do cumprimento da LC
510/2013 (INPC + ganho real), a realização de concurso público e a suspensão o
MT-PAR.
São direitos conquistados e garantidos em Lei e, por isso, o
governo tem que negociar!
1) RGA: Fazer o
pagamento, imediato e integral dos índices de 11,28% e o retroativo a partir de
maio, para cumprir a 510/13
2) CONCURSO PÚBLICO -
Apresentar um calendário
3) MT- PAR (S.A.)
– Parcerias Públicos Privadas (PPP) na educação – Deve suspender de imediato a
execução da proposta e chamar Conferência para debater com a comunidade escolar
e sociedade o MT-PAR. O debate na Conferência deve ter como referência texto
base sobre o tema e iniciar com etapas nas escolas, nos municipais, nas
regionais e finalizar com etapa estadual,
2. A GREVE A GARANTIA DA
RGA (11,28%) - É LEI 510/2013
O governo tenta justificar que não tem como pagar o RGA, porque estaria
desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei 101/2000). Uso o
argumento de que mesmo o Estado tendo ampliado a arrecadação, a receita não
veio na mesma proporção do aumento de gastos com o pessoal, que segundo o
governo, extrapolou o limite prudencial (49%) da LR.
Ocorre que o governo que se intitulou “legalista” ao justificar não
descumprir a LRF comete crime maior: RGA é previsão constitucional (inciso X,
Art. 37 da CF/88), desrespeita a Lei Maior.
Outro ponto que o governo não esclarece à sociedade é o porquê que a
arrecadação do Estado não acompanha o investimento em folha de pagamento. Não
explica que o problema está no que deixa de arrecadar. Num rápido olhar sobre a
realidade econômica de Mato Grosso, pode-se verificar que a toda a riqueza
produzida no Estado está dirigida para beneficiar um único setor da sociedade:
o setor produtivo do AGRONEGÓCIO. Este setor, beneficiado com a Lei Kandir e
com as benesses da Política Fiscal do Estado, deixa de pagar impostos e
contribuir com as receitas do Estado, seja pela isenção ou com renúncia fiscal.
Para o ano de 2016, o lucro desse setor retira na ordem de 2 bi (dois bilhões
de reais) dos cofres do Estado, valor equivalente a todo orçamento anual da
educação. Enquanto o setor do AGRONEGÓCIO é taxado em apenas 3% no mercado
interno (30% da produção) e 0% no mercado externo (70% do que produzem é
exportado), enquanto outros setores são obrigados são taxados em 17%.
Cabe destacar que não foram convincentes os dados que a equipe
econômica do governo apresentou nas audiências públicas para justificar
ausência de caixa porque trouxeram conflito (entre receita e custeio).
Manter a greve e garantir o RGA que é condição fundamental para manter
no horizonte, até 2023, a Política da Dobra do Poder de Compra (Lei 510/2013),
fruto da greve de 69 dias em 2013.
3. A GREVE NA EDUCAÇÃO E A GARANTIA DA É
LEI 510/2013 - POLÍTICA DA DOBRA DO PODER
A greve de 2013, que durou 67 dias resultou em conquistas para a
categoria: a conquista a hora atividade para os interinos, a nomeação no
concurso público e a política da dobra do poder de compras.
A greve de 2016 é para barrar o processo de privatização das escolas e
Cefapros, pelo calendário do concurso público e para assegurar a política da
dobra do poder de compras, por isso, os 7% já aplicados nos salários em maio de
2016, somente asseguram essa política se vier acompanhado da
RGA. Caso contrário, o valor aplicado não recupera nem a inflação do
período. Para dobrar o poder de compras dos salários em 10 anos, o estado
está obrigado pela lei 510/13 a assegurar a revisão geral anual (RGA) mais um
percentual de ganho real assim estabelecido: ano de 2014, inflação mais
5%; 2015, inflação mais 6%.
A Lei, neste ano, está na terceira parcela e, em 2017 é 7%,
acima da inflação e é a título de ganho real. Precisamos garantir que os
percentuais dos anos seguintes sejam aplicados para garantir a política de
valorização salarial na educação. De 2017 a 2023 o governo deverá aplicar 7,69%
(sete inteiros e sessenta e nove centésimos por cento), acima da inflação.
4. A GREVE NA EDUCAÇÃO E
O CONCURSO PÚBLICO
A greve na educação, em curso, exige do governo o calendário para
realização do concurso público.
Em relação ao concurso público, este é um ponto que deve tratado,
juntamente com o excesso de contratação de pessoal na área. Em Mato Grosso, já
vamos para o sétimo ano sem concurso público para a educação e
a contratação de servidores já soma algo em torno de 60% do quadro de
pessoal. Em permanecendo o governo sem realizar concurso, logo será bem
reduzido o quadro de efetivos na escola e, nos anos seguintes, pode significar
a extinção do cargo e da carreira Profissionais da Educação e do vínculo
efetivo no Estado.
5. A GREVE NA EDUCAÇÃO
COMO MECANISMO DE DESVELAR O MT-PAR (S.A.)
Um dos principais compromissos do processo educacional, é com a verdade.
Como dizia Paulo Freire, o principal papel do educador neste processo e
desvelar (tirar o véu) que tenta encobrir a realidade. E a verdade
é única: com a MT-PAR (S.A.) o Governo de Mato Grosso quer começar a passar as escolas para
a iniciativa privada mas não quer ter o ônus de ser considerado um
governo que privatizou a educação. Daí a fala dúbia e a tergiversação.
Foi com a greve iniciada e fortalecida, logo o Governo veio a público
tentando desmobilizar as categorias, principalmente da educação. Para desqualificar
o SINTEP/MT e as denúncias de privatização que a modelagem das ações do MT-PAR (S.A.)
tenta iniciar na educação pública de Mato Grosso, afirma que o SINTEP/MT
“mente”, quando fala de terceirização/ privatização da escola pública de MT.
Para entender quem falta com a verdade: No MT-PAR (S.A.) o Governo
propõe ampliar a atuação das empresas nos serviços de infraestrutura das
unidades escolares para além da estrutura física: construção, ampliação,
reformas e manutenção. Em relação a este ponto, o SINTEP/MT não tem
contradição, porque as obras das escolas, na maioria, sempre foram de feitas
por empresas. O SINTEP/MT e contrário a forma como governo conduz a licitação
das obras, sem a participação do CDCE que assina a prestação de contas dos
recursos. No ano de 2015, a prática de utilizar empresas com “cartas marcadas”
para a obra de 23 escolas resultou na fraude de mais de 56 milhões dos recursos
da educação (Operação Rêmora – GAECO).
Bom lembrar que, na ação seguida do MT-PAR (S.A.), o governo avança para
a contratação dos servidores e das atividades chamadas não pedagógicas na
escola, através da Parcerias Público-Privadas (PPP). Em relação à contratação
de servidores, lembramos, conforme já dito que, em 7 anos sem concurso, já soma
em torno de 60% de contratados na educação. Em permanecendo o governo sem
realizar concurso, como já mencionado, logo será bem reduzido o quadro de
efetivos na escola. Sendo os contratos feitos pelas PPPs, o resultado, em curto
tempo, será o fim da carreira e do profissional efetivo nos próximos anos, que
passam a não mais fazer parte do quadro da escola e sim da empresa. A dedução lógica
a ser feita é que, se repassado quem faz os serviços não pedagógicos (de
limpeza, da merenda, da secretaria, da vigilância), também os serviços deixam
de ser responsabilidade da escola indo para a gestão da empresa que representa
a PPP, que passa a gerir toda a escola.
Por mais que o governo tente esconder, por traz de “discurso sutil”, as
reais intenções do MT-PAR (S.A.) “abre as portas” para um processo de
privatização na educação e para a implementação da política do “Estado
Mínimo”. O governo inicia o processo de privatização da educação, repassando os
serviços de MANUTENÇÃO e INFRAESTRUTURA das escolas para as empresas
particulares, chamados de serviços não pedagógicos, e que, por
consequência, a se estende para toda a gestão de uma unidade escolar: não há
como separar as atividades que sejam pedagógicas das não pedagógicas na
escola. A argumentação para tentar escapar da acusação de privatização, é
separar a gestão do pedagógico da gestão propriamente administrativa – como se
fosse possível fazer esta separação.
A escola não é uma fábrica onde os processos possam ser separados e
tratados isoladamente. A escola lida com ESTUDANTES e com a finalidade de
promover relações educativas. Todos os profissionais que trabalham na escola,
independentemente de serem ou não professores, têm funções pedagógicas.
Devemos ter presente que existem várias formas de privatização: por
venda, por vouchers e por terceirização. São apenas modalidades diferentes de
privatização.
VENDA<>o bem é transferido integralmente para o comprador.
VOUCHERS <> apenas se dá dinheiro para os pais escolherem qual a
escola (pública ou privada) em que querem matricular seus filhos,
TERCEIRIZAÇÃO <> apenas a gestão da escola é privatizada, sem que
o bem público seja transferido para a iniciativa privada
COMO FUNCIONA O PROCESSO DE TERCERIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL
NA ESCOLA
A uma empresa terceirizada recruta
pessoas que possam ser mal remuneradas, procuram pagar pouco e, portanto,
tendem colocar pessoas não qualificadas para exercer uma função educativa.
Trocam estas pessoas frequentemente e
quebram as relações que possam ser estabelecidas por profissionais estáveis que
conhecem os alunos e acompanham sua vida ao longo dos anos na escola.
Destroem a comunidade escolar pela
frequência das trocas que fazem diariamente demitindo uns e contratando outros
para as escolas. (Professor Doutor Luiz Carlos de Freitas UNICANP- SP)
6. O PROCESSO DE
NEGOCIAÇÃO DA RGA – VIA FÓRUM
Sobre a RGA, após o início da
greve, o governo apresentou 4 propostas ao Fórum Sindical, sendo:
Propostas já rejeitadas
Primeira proposta
Foi feita pela equipe de Taques dia 30 de maio na
intenção de travar a greve.
A oferta era de 5% dos 11,28% da recomposição salarial da inflação de 2015. A primeira parcela, de 2%, seria em setembro e os outros 3% em janeiro de 2017.
A oferta era de 5% dos 11,28% da recomposição salarial da inflação de 2015. A primeira parcela, de 2%, seria em setembro e os outros 3% em janeiro de 2017.
Segunda proposta
Foi feita pelo Governo dia 2 de maio.
A intenção seria pagar 6% dos 11,28% da recomposição salarial da inflação de 2015. Sendo 2% em setembro, e 2% em janeiro de 2017 e os outros 2% em março. Os servidores aceitaram os parcelamentos, mas desde que fossem para este ano ainda.
A intenção seria pagar 6% dos 11,28% da recomposição salarial da inflação de 2015. Sendo 2% em setembro, e 2% em janeiro de 2017 e os outros 2% em março. Os servidores aceitaram os parcelamentos, mas desde que fossem para este ano ainda.
Terceira proposta
Foi feita na última sexta-feira (10). Agora o
Governo oferece 6%, mas, dependendo da receita, pode chegar a 11,28%, deixando
o restante do reajuste em aberto.
Quarta proposta
Apresentada a 4ª proposta do governo nesta
terça-feira (14) em garante os 5,28% da Revisão Geral Anual (RGA) de 2016, por
meio de uma minuta do Projeto de Lei que prevê o parcelamento.
No documento, além dos 6% parcelados em três vezes,
o executivo havia proposto pagar os 5,28%, em duas vezes, sendo a primeira
parcela em maio e a segunda em setembro de 2017.
7. AVALIAÇÃO E
ENCAMINHAMENTOS DO FÓRUM:
ü Considerando a Nota
Técnica (apresentada pelo Fórum Sindical à equipe do Governo na reunião de
10/06/2016), de técnicos da SEPLAN, com recomendação de não remanejamento de
recursos na LOA, que prejudicaria a saúde, a educação e a segurança pública;
fato este que evidencia que houve uma escolha consciente do agente público que
quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
ü Considerando que há
estudos técnicos que apontam a capacidade financeira para cumprir a RGA
integral em 2016; e há orçamento respaldado na LOA, conforme
parecer/pronunciamento do Relator da LOA;
ü A RGA deverá ser
quitada no exercício de 2016;
ü Qualquer
proposta deverá ser considerada a totalidade das perdas da RGA (11,28%); e
aRetroatividade a maio/2016.
Encaminhamentos propostos
pelo FÓRUM: *
Realizadas:
ü Consolidação do
acampamento da Greve Unificada;
ü 10/06/2016: Envio do
documento com a proposta do Governo para apreciação da base, acompanhado da
avaliação do Fórum;
ü 13/06/2016: Análise
pelas categorias/base;
ü 14/06/2016: às 14
horas, Ato público unificado em Cuiabá;
ü 15/06/ ü 2016: às 09 horas,
Continuação das atividades no Acampamento da Greve, em concentração,
manifestações políticas e culturais; *Fórum Sindical*
*Em,
10-06-2016*sindical, em mais está manifestação histórica da união da classe
trabalhadora em Mato Grosso.
8. CONDIÇÕES PARA SUSPENSÃO DA GREVE NA
EDUCAÇÃO:
RESUMO DA PAUTA:
1) RGA – Pauta Negociada
de forma conjunta junto ao Fórum sindical
2) MT-Par <> Interrupção
do projeto de privatização na educação e debate com a sociedade via
conferências participativas e deliberativas;
3) Concurso
Público- Apresentar Calendário
9. DEFESA DO SINTEP/MT
O SINTEP/MT defende uma escola 100%
pública e gratuita. Defende que a gestão da escola se conduza por princípios
democráticos e valorize a participação da comunidade escolar, através do
Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE).
Que o vínculo do profissional com
a escola se dê por intermédio de concurso público, com ocupação de cargo
efetivo, protegido pelos direitos e garantias da lei de carreira da educação
(LOPEB).
Que implantação das Políticas
educacionais estejam referenciadas pelo debate público, conforme estabelecido
na legislação estadual para a educação (LC 049/98 e Lei 7.040/98).
Para isso, deve o Governo suspender de
imediato o Edital do MT-PAR (S.A.) e realizar as Conferências escolares,
municipais, regionais e estadual para valorizar a participação da sociedade,
diferente de acontecer como propõe o governo, em audiências públicas, com
exposição e posição unilateral do governo.
A Greve é momento Luta. É momento
também de reafirmamos conquistas, renovarmos esperanças e fortalecermos a fé. E
parafraseando o artista brasileiro, “A fé não falha... Siga forte na
batalha! ” (Detonautas)
Nada a temer senão o
correr da luta!
SINTEP/MT
Henrique Lopes do Nascimento
Presidente
SINTEP/MT
Presidente
SINTEP/MT
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